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Dólar cai 1,5% na semana com ajuda de China e com diferencial de juros no radar
O dólar à vista encerrou a sessão desta sexta-feira (27) em leve queda, recuando também 1,53% no acumulado dos últimos cinco dias e marcando a quarta semana seguida de depreciação da divisa americana frente ao real (a maior sequência de depreciação do dólar neste recorte semanal para 2024).
O que vem beneficiando o real é a perspectiva do alargamento do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, principalmente porque o Banco Central vem reforçando seu tom conservador sobre sua política monetária. Outro catalisador nesta semana foram os anúncios de estímulos à economia chinesa, que permitiram com que moedas ligadas a China e a commodities fossem as mais beneficiadas da semana.
Assim, terminadas as negociações do mercado à vista, o dólar comercial exibiu depreciação de 0,12%, cotado a R$ 5,4365, depois de ter tocado na mínima de R$ 5,4258 e encostado na máxima de R$ 5,4576. Já o euro comercial teve depreciação de 0,25%, a R$ 6,0685, enquanto na semana a divisa europeia recuou 1,52%.
No acumulado semanal, o melhor desempenho das 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor foi do peso chileno, com o dólar recuando cerca de 3,39% contra a divisa perto do horário de fechamento. A moeda americana também caiu 1,96% ante o rand sul-africano; 1,66% ante o won sul-coreano; e 1,38% ante o dólar australiano.
Embora a China possa ter dado tração a essas divisas nesta semana, o estrategista-chefe da EPS Investimentos, Luciano Rostagno, diz que a apreciação do câmbio brasileiro se deu mais por conta de questões internas, especialmente diante da perspectiva de aumento no diferencial de juros. “Tenho a visão de que esses estímulos não vão ser suficientes para mudar a trajetória de desaceleração da economia chinesa, por isso vejo um impacto limitado nos mercados [no longo prazo]”, diz. “O que estamos vendo na China é uma desaceleração estrutural, e essas medidas são mais para controlar uma perda abrupta de ritmo. Por isso, acredito que o que está sustentando o real é a questão dos juros.”
Rostagno lembra que houve um alargamento tanto no diferencial de juros de curto prazo, por conta das políticas monetárias em sentido contrário no Brasil e nos EUA, como também das taxas de longo prazo, com aumento do prêmio de risco aqui por conta da questão fiscal. “Mas o câmbio não tem sido tão afetado pois, enquanto a situação fiscal não sai do controle e há apenas uma percepção de piora gradual do endividamento, os investidores ainda se sentem confortáveis para aproveitar a oportunidade no mercado de câmbio”, diz. “Eles entendem que podem sair dessa posição antes de a situação fiscal se deteriorar mais.”
*Com informações do Valor Econômico
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